O “inverno das criptomoedas”, provocado pelo longo período de queda do valor do bitcoin e outras criptomoedas, tem levado muitas empresas a se reinventarem. O próprio Banco Central do Brasil, vem, de certa forma, contribuindo com essa onda de tokenização que está prestes a tomar conta da economia.
De várias maneiras a tokenização de ativos tem se tornado, a cada dia, uma realidade (virtual): O levantamento de capital para financiar empresas, safras agrícolas, financiamentos de imóveis, obras de artes, jogadores, ingressos, enfim, quase tudo que tem algum valor no mercado tradicional pode ser tokenizado.
O mercado financeiro, ao longo da história, criou fundos e outros produtos capazes de financiar as atividades econômicas. As próprias ações das empresas comercializadas nas bolsas de valores são exemplos clássicos de levantamento de capital para viabilizar uma indústria. Recentemente os FIIs – Fundos Imobiliários ganharam vigor e já são um dos principais motores propulsores da construção civil.
Porém, por muito tempo, poucos investidores tinham acesso às melhores opções de de investimento. Os bancos sempre foram os grandes intermediários desta relação entre o capital e o crescimento, e claro defendendo interesses dos principais jogadores.
Recentemente, chegamos mais perto dos fundos de VC – Venture Capital (Capital de Risco), que graças ao surgimento das startups, passaram a captar recursos de forma mais pulverizada para apostar em empresas de crescimento exponencial, ou seja, investidores menores, ao redor do mundo, passaram a ter acesso a estes fundos e através deles buscar a multiplicação de seus investimentos.
Mas ainda assim esta é uma realidade distante para empresas de pequeno porte e startups em fases iniciais, pois poucos investidores possuem apetite e condições de fazerem aportes da ordem de R$ 300 mil, R$ 1 milhão, em um projeto que muitas vezes ainda nem saiu do power point.
Agora, o mercado de criptomoedas promete mudar esse quadro, e permitir que pequenos investidores também tenham acesso a investimentos com boas oportunidades de multiplicação, sem a necessidade de um grande cheque.
A tokenização de ativos, possibilita a democratização do acesso a uma infinidade de formas de investimento. Pequenos investidores individuais, podem participar do jogo e diversificar suas apostas como qualquer investidor institucional, comprando participações (tokens) de quase tudo.
Há alguns dias, a startup argentina Agrotoken, em parceria com a Visa, lançou uma proposta para a tokenização de commodities como milho, café, soja e trigo. A companhia comercializa “grãos digitais” para facilitar o crédito ao produtor rural.
Veja que não se trata apenas de permitir que pequenos investidores possam comprar e vender “tokens” de safras agrícolas, mas que também pequenos agricultores possam utilizar esse mecanismo para financiar suas operações.
Outro mercado em franca expansão através da tokenização é o tradicional mercado imobiliário. A tokenização de apartamentos, galpões, prédios e shoppings, permite que investidores do mundo inteiro possam participar de empreendimentos de acordo com o bolso de cada um. Quando comparado aos FIIs – Fundos Imobiliários (seu primo do mercado financeiro), os imóveis tokenizados permitem aos pequenos investidores o desfrute de alugueis e ganhos de capital de forma flexível e simplificada.
O aprimoramento das plataformas de comercialização destes ativos possibilita ao usuário comprar e revender seus tokens, gerando uma grande liquidez para os diversos tipos de ativos digitais.
Além disso, há uma redução expressiva da burocracia, do tempo e dos gastos com cartórios na comercialização destas propriedades imobiliárias.
Nessa onda, muitas startups têm concentrado esforços para o desenvolvimento de soluções e serviços para estes segmentos. Essas iniciativas, aliadas há uma moderna legislação (Lei 14.478/22), pode fazer do Brasil um protagonista em inovações de tokenização e criptomoedas em 2023, pelo menos é o que diz a gestora de investimento global VanEck.
Além disso, um terceiro fator de aceleração deste cenário é o papel do próprio Banco Central e o lançamento do Real Digital.
Em entrevista recente, Fábio Araújo, que coordena os trabalhos do real digital, comentou que infraestrutura do blockchain utilizada, se inspira no modelo do Ethereum, o que faria do Real Digital, não apenas uma moeda de trocas comerciais, mas também possibilitaria a emissão de tokens, stablecoins, contratos inteligentes e DeFi, além de registros em blockchain para vários setores.
A intenção, de fato, é tornar o dinheiro brasileiro mais que uma simples moeda, e sim um Sistema de Pagamento Digital.
E aí, o que você me diz sobre isso? Você e sua empresa já estão prontos para surfar esta onda?
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Feijó – CEO da WeGo Hub de Inovação
Fundador do Movimento IDEIA e voluntário do Startup Weekend.