O Palmeiras usou as redes sociais para se manifestar sobre as declarações de “cunho xenófobo” contra o técnico Abel Ferreira e sua comissão técnica após a entrevista coletiva de Jorginho, comandante do Atlético-GO, depois da vitória alviverde por 4 a 2 no Allianz Parque, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O clube destacou sua história de 107 anos “construída por jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção”, e afirmou que não tolera “declarações preconceituosas que incitem a aversão a estrangeiros”.
— A Sociedade Esportiva Palmeiras repudia com veemência as manifestações de cunho xenófobo que têm sido constantemente endereçadas à nossa comissão técnica. Nascemos pelas mãos de imigrantes que não somente fundaram um dos clubes mais vitoriosos do mundo, como também contribuíram com a formação da sociedade brasileira e da identidade nacional — começa o comunicado.
— A nossa história de 107 anos foi construída por jogadores, profissionais e torcedores de diferentes nacionalidades e etnias, sem distinção. Portanto, não toleramos declarações preconceituosas que incitem a aversão a estrangeiros. Nossos gramados não são feudos reservados a pessoas de um só país. Pelo contrário, neles há espaço para todos que tenham vontade e capacidade de melhorar o futebol brasileiro — completa a nota.
Declarações polêmicas de Jorginho sobre Abel Ferreira:
Em entrevista coletiva após a derrota para o Palmeiras, Jorginho criticou a postura disciplinar da comissão técnica de Abel Ferreira por causa de uma discussão no segundo tempo, justamente no lance da falta que originou o segundo gol do Atlético-GO na partida.
Logo após o gol, enquanto o zagueiro Gustavo Gómez recebia atendimento no gramado, os membros das duas comissões começaram a discutir – um auxiliar técnico de cada lado acabou sendo advertido com cartão amarelo.
— Lamento muito o acontecimento que teve no jogo, discussão minha, do meu auxiliar com o pessoal do Palmeiras. Sou respeitador com o árbitro, mas eles estão faltando respeito com o árbitro, chamaram o árbitro de cego, bateu palma para o árbitro e não aconteceu nada. Relatei para o árbitro. Meu auxiliar tomou cartão, auxiliar deles também levou e quem deveria ser expulso era o Abel. Já não é a primeira vez que ele é expulso. Eu respeito (o Abel Ferreira) como treinador, tem feito um grande trabalho, está de parabéns de ser bicampeão da Libertadores, faz um trabalho maravilhoso, mas o respeito tem que existir comigo, com minha equipe, com o árbitro.
— Todas as vezes que reclama diz que está dando a favor da gente, mas geralmente é contra a gente. Pedimos uma punição severa e não houve por parte da arbitragem. O quarto árbitro não relatou ao árbitro o que o Abel fez. Não pode acontecer a falta de respeito com árbitro e minha equipe. Não é à toa que ele e toda a comissão são expulsos constantemente. Bater palma para árbitro quer sacanear ele. Me revolta como treinador, brasileiro, vem no nosso país e está desrespeitando o nosso país. Chamou de cego e nada aconteceu. Perdeu é o choro do perdedor, mas quero deixar meu protesto — acrescentou o tetracampeão mundial da seleção brasileira.