No entanto, quase que na mesma época desses homens que tanto mal causaram para a humanidade, outro povo escrevia o seu próprio lado escuro na história mundial: os japoneses. Ou, mais especificamente, o Império Japonês.
Como tudo começou
A ascensão do Império Japonês começou no final do século XIX, quando o país passou por uma série de reformas políticas e econômicas que o levaram à modernização rápida e à industrialização. Isso incluiu a adoção de modelos ocidentais de governo e economia, bem como a construção de uma força militar poderosa. O Império Japonês foi um estado que existiu de 1868 até 1947, quando foi dissolvido após a Segunda Guerra Mundial.
Um dos regimes mais genocidas da história
Além disso, o Japão cometeu atrocidades durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo o uso de prisioneiros de guerra como trabalhadores forçados e a prática de execuções sumárias e tortura.
O massacre de Nanking, também referenciado como o massacre de Nanjing ou, ainda, o estupro de Nanjing, merece seu próprio capítulo nessa história. Tudo aconteceu entre dezembro de 1937 e janeiro de 1938. Nesse período, o exército imperial japonês tomou a região de Nanjing, na China (13 de dezembro de 1937), no decorrer da Guerra Sino-Japonesa, que precedeu a Segunda Guerra Mundial.
Nanjing havia sido a capital dos nacionalistas chineses entre os anos de 1928 e 1937. A sua completa destruição foi ordenada pelo comandante geral do Exército Japonês da Frente da China Central, Matsui Iwane.
Nas semanas que se seguiram à tomada do lugar, os soldados japoneses cumpriram rigorosamente as ordens dadas por Matsui. Aqui, entram as incontáveis execuções em massa e as dezenas de milhares de estupros.
Uma sobrevivente chinesa da escravidão sexual, resgatada de um dos “batalhões de conforto” do Japão da Segunda Guerra Mundial, em 1945. (Fonte: Wikimedia Commons)
Até os dias atuais ainda paira no ar uma raiva pelos eventos de Nanjing que continua a fazer parte das relações sino-japonesas. Muitas vezes, a natureza do massacre foi contestada para fins de propaganda nacionalista e apologistas japonesas, bem como para o revisionismo histórico.
Hoje, na cidade de Nanjing existe o Salão Memorial do Massacre de Nanjing, onde as vítimas dos estupros são homenageadas. Ele está situado próximo de onde foi achada uma vala comum, batizada de “cova dos dez mil cadáveres”. A UNESCO incluiu em seu Registro da Memória do Mundo os documentos históricos sobre esse massacre.
O ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. (Fonte: Wikimedia Commons)
O Império Japonês cometeu diversos outros crimes e atrocidades. Apenas para pontuar alguns, temos:
- Invasão e ocupação de muitos países na Ásia e na Oceania durante a Segunda Guerra Mundial, incluindo a China, a Coreia, a Tailândia, a Malásia, as Filipinas, a Indonésia e a Nova Guiné. Durante essas ocupações, o Império Japonês cometeu muitos crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos em massa, tortura, escravidão, estupro e outros atos de violência e brutalidade.
- Escravidão sexual de mulheres e meninas em campos de prisioneiros de guerra, onde eram forçadas a servir como “mulheres para o exército”, ou “comfort women”.
- Experimentos médicos ilegais em prisioneiros de guerra e civis, incluindo o uso de pessoas como cobaias em experimentos de radiação e outras formas de tortura.
Esses são apenas alguns exemplos dos crimes cometidos pelo Império Japonês. É importante lembrar que esses crimes foram cometidos por uma minoria de indivíduos e não devem ser atribuídos à população japonesa em geral.
O fim
Após a Segunda Guerra Mundial, o Império Japonês foi dissolvido e o país se tornou uma monarquia constitucional. Hoje, o Japão é um país democrático e industrializado, mas ainda enfrenta questões relacionadas às ações durante o período do Império. Muitos exigem que o Japão assuma a responsabilidade por seus atos de violência e genocídio durante o século XX e faça reparações pelo dano causado.
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